Esporte é fundamental para as Crianças

           Atividade física na infância traz benefícios à saúde e ao comportamento. As crianças precisam de, no mínimo, cinco horas semanais de exercícios físicos, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A atividade física realizada na infância desenvolve a força muscular, flexibilidade e resistência, aperfeiçoa a coordenação motora, estimula o metabolismo ósseo, aumenta a capacidade respiratória e cardíaca e previne a obesidade.

         “O esporte para as crianças significa uma perspectiva de iniciação e interesse para atingir maior qualidade de vida, com motivação, disciplina e interação dentro do seu grupo etário”, afirma o pediatra Abelardo Bastos Pinto Júnior, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

           “A prática esportiva beneficia a sociabilização, problemas de crescimento e, no caso da natação, favorece a recuperação pulmonar em crianças com problemas respiratórios, comuns na infância”, completa a professora de educação física da Associação Margarida Pessotti Guazzelli.

            Foi por conta da rinite de Helena , 3 anos, que seus pais decidiram matriculá-la na natação desde cedo. “Faz seis meses e a parte respiratória dela melhorou muito. Além disso, trouxe mais segurança e independência”, conta a mãe Marina .

          Até na escola os benefícios do esporte são sentidos. “Ele contribui para o melhor desempenho escolar porque proporciona um espaço de relacionamento social e de convívio com as diferenças; diminui comportamentos indesejados, como o bullying; impõe regras e limites; e é um exercício de aprendizagem no trato não só com adversários, mas também com os problemas que a criança terá de enfrentar na escola e ao longo da vida”, explica a psicóloga e psicanalista Taísa Santos. aprendizagem no trato não só com adversários, mas também com os problemas que a criança terá de enfrentar na escola e ao longo da vida”, explica a psicóloga e psicanalista Taísa Santos.


             Esportes adequados de uma forma geral, alguns esportes são mais indicados em cada faixa etária, como explica o doutor Abelardo. “Até os 7 anos, indicamos nadar, correr, saltar, arremessar e jogar futebol; entre 7 e 10 anos, ciclismo e atletismo; aos 11 anos, esportes de resistência, como ginástica, esportes com bola e lutas; após o estirão do crescimento, esportes de força, tipo musculação e remo; e, a partir dos 13 anos, esportes competitivos”. Segundo ele, a frequência ideal é de cinco a seis vezes por semana e sempre sob a supervisão de um profissional.

           No entanto, o esporte ideal para a criança é aquele que ela gosta. “Quando a criança consegue optar por determinada modalidade esportiva, sem ser forçada ou pressionada pelos pais, esta escolha age como um antídoto contra o estresse e o tédio”, ressalta a psicóloga.

           É o caso do  Felipe , 10 anos. “Ele tinha sinusite e começou a fazer natação. Acabou se apaixonando por outros esportes e passou a fazer futsal, vôlei, tênis e basquete. Além disso, ainda é escoteiro e faz street dance”, conta sua mãe, Valéria Rascio.

           Mesmo com tantas atividades, Felipe consegue conciliar porque gosta muito de todas. “Às vezes eu não a fi m de sair de casa, mas é ele quem me pede para trazê-lo ao clube”, conta Valéria.

           Cuidados desde que respeitadas as preferências da criança, não há desvantagens na prática esportiva. Mas, antes de iniciar, é importante uma avaliação do pediatra.

          “A avaliação deve incluir exames oftalmológico, auditivo, avaliação cardiopulmonar e esquelética, grau de maturidade, história pregressa familiar, exames laboratoriais quando necessários e encaminhamento a médico do esporte quando da fase competitiva. A alimentação saudável e vacinas em dia também são muito importantes”, orienta o pediatra.

      Outro cuidado é não sobrecarregar a criança com inúmeras atividades extracurriculares. “As crianças devem ter tempo para brincar e serem crianças, não faz muito sentido deixá-las ocupadas em seu tempo integral. O pediatra pode ajudar a estabelecer esses limites”, alerta o doutor Abelardo.



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